Concurso de ideias para edifício de habitação e comércio - Mafra
2º Prémio
O terreno com cerca de 2000m2 situa-se em pleno centro urbano de Mafra entre duas vias radiais em relação ao convento mantendo com este uma forte relação topológica.
Topograficamente, caracteriza-se de uma forma bastante irregular onde pode inscrever-se um polígono trapezoidal. Altimetricamente caracteriza-se por um desnível de cerca de seis metros entre as duas vias que o ladeiam.
Este tipo de morfologia e relação foi tido como um dos elementos estruturantes da proposta.
Ao nível tipológico adoptaram-se tipologias de habitação de dimensão estatisticamente superior – área bruta média de 275 m2.
Considera-se no entanto não ser esta a característica (dimensional) fundamental do tipo de fogos propostos. Projectam-se basicamente dois tipos no que concerne à organização interna – duplex e simplex; com a particularidade comum ao nível do tratamento do espaço – espaços pouco compartimentados/open space habitacional em que o equipamento é o elemento disciplinador do espaço.
A volumetria adoptada pretendende-se a que corresponda ao exigível pelo PDM e simultaneamente expresse um partido arquitectónico fundado na transparência, permeabilidade, e profundidades de fachada, ou seja, um uso extensivo de material “leve”, garantir o atravessamento público do edifício e a adopção de planos de fachada complexos, (sombras/corpos bem delimitados).
Referente à ocupação funcional, o volume pretende revelar os tipos de ocupação aqui propostos.
Em termos numéricos, o edifício projectado caracteriza-se pela articulação de dois volumes superiores e paralelos às vias e por dois inferiores no sentido transversal que garante uma articulação, sendo os primeiros ocupados por habitação e os segundos por comercio e serviços.
Como referido anteriormente, adoptou-se como princípio para a resolução formal do edifício a obtenção de fachadas com profundidade, isto é, compostas claramente por mais de um plano. De modo a enfatizar esta característica, utilizam-se cores saturadas em planos bem definidos e de material com bom comportamento à luz – revestimento cerâmico do tipo shacota manual, garantindo-se com este material não só a permanência da cor mas também uma textura aleatória que se entende como referência permanente ultrapassando todos os conceitos de moda. Como fundo a estes elementos cromáticos a fachada é resolvida somente com mais dois materiais; vidro e betão.
Complementarmente, utiliza-se um espelho de água como reflector de luz e imagens.
O Concurso fo promovido pela Stª Casa da Misericórdia em 2003.